REDE EUROBRÁS DE COMUNICAÇÃO

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O BRASIL NA AMÉRICA DO SUL – II

Alianças Consolidadas e Produtivas.

José Jorge Peralta

1. POLÍTICA DO IDIOMA

    1. As pessoas conscientes da Língua Portuguesa e as organizações específicas, governamentais e não governamentais, da comunidade civil, precisam unir forças para estabelecer uma política do idioma que, de alguma forma, dê suporte a todos os falantes da lusofonia, espalhados pelo globo.
    O Instituto Camões e outras instituições oficiais, apesar de todo investimento, qualidade e amplitude de sua atuação, nunca conseguirão dar conta do recado. É uma tarefa hercúlea, em que todos precisamos estar comprometidos e envolvidos, direta ou indiretamente. Instituições ineficientes deveriam ser reestruturadas em função de seus objetivos e de sua missão sócio-cultural.
    2. É preciso criar elos reais entre todos os lusófonos: é preciso criar a fraternidade lusófona. Uma fraternidade aberta a todos os povos e culturas. É preciso alimentar e estimular a convivência da Pátria Lusófona, criando a solidariedade universal da lusofonia, a serviço da prosperidade e do bem-estar de todos os lusófonos e de todos os povos. É preciso fortalecer a União dos Povos Lusófonos que poderia estar na CPLP fortalecida e mais adequadamente gerenciada, com mais produtividade e mais credibilidade.
    Quem não é organizado é tutelado.
    Na Lusofonia temos muitos altos e baixos, em termos culturais, econômicos, éticos e organizacionais e políticos. Todo o esforço será para nivelar a todos por cima e não por baixo...
    Neste mundo globalizado, todas as grandes línguas cercam umas às outras. Todos sabem que Língua é poder e todos se protegem. É preciso estar sempre alerta, sem xenofobia.
    Defender-se é obrigação de todos. Cultivar os próprios valores é melhor ainda e mais eficiente. Num mundo realmente globalizado, espera-se que todos respeitem todos, sem injustas discriminações, sem opressões e sem “tapetão”.
    3. Cultivar a própria língua é o que se espera de todos, cada um a seu modo, cultivando a unidade na diversidade. Língua e cultura se dão as mãos, solidariamente.
    Como ponto de partida é preciso que todos nos convençamos de que as línguas não têm donos e nem têm reis ou imperadores. Os falantes coletivamente são seus senhores reais, embora anônimos, através de um contrato social coletivo implícito.
    Os legisladores e os gramáticos apenas têm poder no ato de normatização e sistemas gráficos ... Não têm poder sobre o sistema, mas sobre a norma linguística.

2.
A CAPITAL DA LÍNGUA PORTUGUESA

    1. Nossa silhueta lusófona, não material mas mística, tem feições européias, africanas, asiáticas e ameríndias: é naturalmente miscigenada: é uma cidadania plural, muito original e soberana.
    A Lusofonia é “um nacionalismo místico”, integrado e bem articulado na humanidade, muito para além dos limites territoriais.

    2. Em termos de ponto de referência territorial, demográfico e de produtividade intelectual e sobretudo em termos de perspectivas de futuro, a Capital da língua portuguesa é naturalmente sediada no Brasil, na cidade de São Paulo, preferencialmente na zona oeste ou sul.
    Esta é logicamente uma questão em aberto. É sugestão provisória, provocativa. É para pensar (Na orquestração universal, o Brasil quer ser o país do futuro e também o país do presente. É seu destino marcado. Está escrito. Precisamos despertar para essa “nova” realidade...

    3. Podemos ser contestados pelo argumento de que mais vale a qualidade do que a quantidade, embora sem desdém de nenhum dos aspectos. No entanto, apesar dos pesares evidentes, o Brasil tem um potencial fabuloso e Portugal também tem deficiências bem conhecidas, em termos de qualidade, que precisam ser superadas com esforço de todos. Vamos nos dar as mãos para crescer mais com mais qualidade.
    Assim sendo reitero que hoje o Brasil tem a liderança real da lusofonia, de braços dados com a pátria mãe. Uma liderança democrática, compartilhada e participante, é lógico. Não é uma liderança despótica. Além do mais, o Brasil tem, sim, valores fabulosos, em todos os setores, que muitos fazem questão de não divulgar. Mas só não vê quem não quer.
    O país é muito maior do que o seu governo, qualquer que ele seja. Os oito países de língua oficial portuguesa poderiam ser mais solidários...
    Se quisermos mudar de chave e pensar em termos do V Império de Vieira, (sabendo que as “profecias”, que escrevem direito por linhas tortuosas, fincam essa bandeira no Brasil...), mais nossa proposta se torna lógica.

    4. Por que no Brasil? Porque no Brasil vivem dois terços dos falantes da Língua Portuguesa. Por que em São Paulo? Porque aqui é, de longe, a cidade com mais falantes da Língua Portuguesa: na grande São Paulo vivem mais de 20.000.000 (vinte milhões) de falantes nativos da língua portuguesa.
    Este posicionamento certamente não desagradará a Portugal e aos demais países lusófonos, pois todos só terão a ganhar com isto. Entretanto a reação contrária é inevitável, em princípio legítima. Há condicionantes.: (Além do mais, todos nós precisamos superar um certo complexo de vira-lata com o qual somos peritos em nos inferiorizar e esquecer nossos imensos méritos.
    Esta preferência é apenas lógica. É preciso saber se na prática iria atingir o objetivo, ou se em Portugal teria mais condição de funcionar efetivamente. O importante é que se pense nisto e se decida com qualidade e efetivamente. A condição primeira é o Resultado concreto.

    5. O Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, deveria, como órgão autônomo estatal, ser associado ao Instituto de Língua Portuguesa, para mútuo apoio. Só como apoio.
    O ILP deveria ter convênio com as melhores instituições universitárias dos países lusófonos, com articulação em outros países.

3.
APÊNDICE: CASO TÍPICO

1. Uma jornalista escreveu em sua coluna, na Folha de São Paulo, BR, (de 27.5.2008) uma frase tendenciosa, científica e socialmente. Colocou a língua portuguesa do Brasil, em patamar inferior à espanhola (castelhana), na América do Sul. Diz a frase da jornalista: “O Brasil é uma ilha de língua portuguesa num oceano de língua hispânica”A frase correta teria este ou outro conteúdo semelhante: O Brasil é um continente de língua portuguesa cercado por nove (9) ilhas de língua hispânica.


2. Enviamos para o jornal e para a jornalista mensagens contestando a afirmação e redigimos também um estudo denso, com dados estatísticos comprovando a imprecisão e a viés de desinformação da jornalista, que, aliás, costuma fazer críticas muito contundentes, sérias e corajosas da política nacional e internacional.
O Ombudsman da Folha respondeu-nos agradecendo pela “interessante opinião”. Aguardamos que a jornalista publique a correção da sua frase na Folha, em "erramos". Se não fizer a correção estará perdendo pontos em termos de respeito ao compromisso com a verdade.


3. O estudo que refuta a referida frase leva o título: O Brasil na América do Sul – Uma política de boa vizinhança? Aí analisamos os aspectos demográficos, econômicos e territoriais, demonstrando a superioridade brasileira, apenas refutando a disputa levantada.

Você pode encontrar esse texto no web sítio:

www.portaldalusofonia.com.br
www.patrialusofona.com.br

e no blog:

www.tribunatropical.blogspot.com

Fale conosco pelo e-mail:
tribunadosaber@gmail.com.


São Paulo, 06 de junho de 2008

 

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